Todo mundo já ouviu a máxima de que escrita é um hábito que deve ser cultivado diariamente e tal e coisa. Mas como, especificamente, se faz isso? Como superar a ansiedade de se sentar em frente à tela ou ao papel e fazer alguma coisa sair?

Uma primeira referência que todo pós-graduando deveria ler é a dupla de artigos do sociólogo Gabriel Peters, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), publicados no Blog do Laboratório de Estudos de Teoria e Mudança Social (anteriormente blog do Sociofilo):

Pânico da página em branco? “Um parágrafo merda por dia” e outras dicas para desbloquear sua tese, por Gabriel Peters

Pânico da página em branco? (2): mais dicas do Tio Agonia para desbloquear sua tese, por Gabriel Peters

Ambos os textos lidam com uma questão muito próxima do cotidiano da pós-graduação: os bloqueios de escrita e a dificuldade de constituir da escrita um hábito. Sim, é um texto pensado especialmente para pesquisadores das humanidades, mas sentar por duas horas diante do computador para escrever meia linha é, para o bem ou para o mal, uma experiência muito democrática e que não faz distinções pelas áreas do Lattes.

Em adição, é sempre importante enfatizar que ler e escrever são, no fim das contas, experiências pessoais que ecoam nossas particularidades. Em outras palavras, determinadas técnicas, atitudes e mentalidades podem ser úteis para incentivar o processo de criativo de uns, mas não de outros. Isso faz com que não tenhamos escolha a não ser testar as mais diversas opções até encontrar o que funciona para nosso próprio perfil. Meu próprio processo de estudo, por exemplo, depende de representar graficamente as conexões possíveis nas discussões, então utilizo desenhos, gráficos, mil e uma flechas interligando as coisas que quero discutir. Por outro lado, a única coisa que me ajudou a melhorar a retórica (para enfrentar as temidas apresentações em eventos) foi a leitura em voz alta de textos literários. Na questão de escrita, meu rendimento é muito maior quando escrevo em discussão com outras obras, então busco expressar meus argumentos em contraste ou analogia com as obras de outros autores e autoras. No fim do dia, é tudo uma questão de moldar seu processo para suas próprias necessidades.

Um outro texto de Gabriel Peters dá dicas nesse sentido:

Quer estudar para valer? “Fale sozinho”, “Esconda depois de ler” e outras dicas bizarras

Munidos dessas dicas, mantenhamos o ritmo e mãos à tese! Um parágrafo merda por dia! Escrever é como caminhar, ninguém caminha igual a outra pessoa e, na falta de uma técnica apropriada a nosso perfil, podemos acumular calos e tombos em vez de boas experiências.

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